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A importância da socialização em idade sénior

A importância da socialização em idade sénior

A importância da socialização em idade sénior

Na espécie humana, assim como noutras espécies, os processos de socialização são fundamentais e imprescindíveis à sobrevivência. Um desenvolvimento social saudável encontra a sua fundação logo em tenra idade. Primeiro no seio da família, onde a criança adquire as primeiras competências de interação com os outros e que em muito vão ditar a forma como nos iremos relacionar ao longo da vida. Progressivamente vamos alargando as fronteiras da nossa socialização no contacto com a família alargada, grupo de amigos, contexto escolar e depois profissional.

Nas várias etapas da vida, as interações sociais de qualidade são inegavelmente um fator protetor da nossa saúde psicológica e do nosso bem-estar. Frequentemente encontramos nos nossos relacionamentos significativos o suporte e o amparo para lidar com as contrariedades da vida ou partilhar a nossa felicidade. Se podemos ser definidos por aquilo que somos individualmente, é a inserção num grupo que nos confere identidade e sentimentos de pertença.

À medida que vamos avançando na idade vários constrangimentos podem ditar o afastamento dos nossos grupos de referência e vamo-nos tornando mais isolados. Esta situação muitas vezes insere-se na ordem natural da vida, pois vamos perdendo os nossos amigos e familiares.  A solidão e o isolamento social, têm frequentemente impacto negativo na saúde mental e física, levando, não raras vezes, a uma rápida degradação cognitiva e desequilíbrio emocional.

Assim, a socialização na última parte da vida assume um papel vital na manutenção do bem-estar físico e mental.  A evidencia científica mostra-nos que a manutenção das interações sociais são um contributo crucial para melhorar a saúde mental prevenindo estados de ansiedade e de depressão.

Um adulto mais velho que mantenha uma vida social ativa e de qualidade vai fazer a manutenção das suas competências sociais, manter habilidades de comunicação e possibilidade de continuar a construir relacionamentos. Todas estas competências contribuem para sentimentos de valor pessoal, autonomia e bem-estar geral.

Com o crescente aumento da população sénior, sobretudo nas sociedades ocidentais, há também uma maior consciência social das necessidades especificas deste grupo e uma maior oferta de serviços na comunidade para o combate à solidão e ao isolamento social.

O tempo livre é uma característica desta fase da vida, o que facilmente se poderá transformar em vazio, apatia e crescente desinteresse por relações de proximidade. Para preencher esse tempo com qualidade o convívio social só trará benefícios.

É preciso ter coragem e sair de casa….

Os adultos mais velhos, independentes, podem encontrar em atividades de voluntariado um sentido e propósito para continuar a demonstrar as suas competências sendo também úteis para a comunidade.

Os centros de dia, privados ou inseridos nas paróquias, as universidades seniores, são também uma forma de continuarem inseridos em atividades, que promovem o bem-estar e são oportunidades de interação e socialização onde podem partilhar interesses comuns.

As famílias por sua vez podem também ser um fator promotor da socialização, convidando à participação em atividades lúdicas ou mesmo solicitando auxílio em tarefas do quotidiano, gerando sentimentos de valor pessoal, tão importantes para a sustentabilidade da saúde mental e física.

Aos adultos mais velhos institucionalizados podem ser proporcionados momentos de convívio e estimulação da socialização, dentro da condição de cada um. Por muito pouco que possa parecer, uma conversa, uma memória, contar um episódio da sua vida pode ser muito gratificante e ajudar a combater sentimentos de solidão.

Manter-se Ativo em Casa ou inserido na comunidade, criando e mantendo laços de proximidade é o segredo para uma vida mais saudável.

 

 

 

Autor: Márcia Viana, Psicóloga

 

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